ALERP
ALERP
23/10/2022 19:52:40 | Por: Josselmo Batista Neres | Visitas: 946
Foto: Divulgação
A Academia de Letras da Região de Picos - ALERP, divulgou neste sábado, 22 de outubro, dentro da programação do XVIII Seminário de Literatura Piauiense e XV de Literatura Picoense, o resultado do Concurso de Poesia organizado pela entidade, conforme o edital 003/22, de 02 de agosto do ano em curso, nas categorias adulto e infantojuvenil. Os três primeiros colocados receberam troféus, certificados e um kit de livros dos autores alerpianos. Além do mais, terão seus poemas publicados numa antologia que reunirá o trabalho de todos os participantes do certame.
Para o professor Francisco de Assis Sousa, presidente da ALERP, o concurso de poesia é um dos maiores e mais significativos eventos que a academia promove, porque é totalmente voltado para os talentos que se encontram ocultos, guardados nos arquivos pessoais de cada poeta e escritor que não têm a oportunidade de mostrar os seus escritos. O presidente enfatizou também que escrever é um ato de cidadania. É um ato de integração com o mundo e parabenizou não só aos premiados, mas a todos os participantes do concurso nas categorias adulto e infantojuvenil.
A Comissão Julgadora foi composta por três poetas membros da ALERP – Francisco Valentim Neto, José Antônio da Luz (Dedé Luz) e Vilebaldo Nogueira Rocha, que de forma competente e imparcial apresentaram o resultado a saber.
Além dos três primeiros escolhidos por cada categoria, receberam menção honrosa dez poemas na categoria adulto e oito poemas na categoria Infantojuvenil.
CATEGORIA: ADULTO
1º LUGAR
Aureliano Francisco de Carvalho Gomes – Simões/PI
Poema: Súplicas
Súplicas
Deixe-me ler e reler as suas linhas e entrelinhas.
Deixe-me entrelaçar e enlaçar em seus laços.
Deixe-me acender e ascender aos seus compassos.
Deixe-me encher e preencher as suas linhas.
Concede-me com sede que seja minha.
Inteira e tê-la como estrela em meu espaço.
Se eu posso ir, me deixe possuir que o faço.
Deixe-me ser teu como um ateu que a te se alinha.
Deixe-me cobrir e descobrir os seus segredos.
Mande que as minhas mãos ande na contramão.
E que em te corram e percorram os meus dedos.
Os seus sussurros, com urros e uivos de amar.
E os meus toques te provoque arrepio de paixão
E exale um eflúvio em dilúvio de prazer no ar.
2º LUGAR
Nelson Ned Leal Pereira – Teresina/PI
Poema: A vírgula de cada dia
A Vírgula de cada dia
Naquilo que há chave tem segredo
Pausa, enfatiza, passa para frente
Tantas horas escolhidas a dedo
No traje da linguagem corrente
Reflete, pondera, volta e meia aponta
Fugir do leme transparece afronta.
O que vai pairando sem pressa
Esforço, suor, parcela de sacrifício
Ver a pontuação caxingar na via expressa
Suscita valores secos do ofício
Gotejamento, percepção, inerente ao que é
Virgulando o brado transitar a pé.
Entre caracteres e espaços vazios
Toda encruzilhada tem a vírgula que merece
Pelos apetites nos verbos macios
Cabeça não pensa, corpo do texto padece
Clicar a linha do mel da vida todos os dias
Ornamento para boas vivências em analogias.
As vírgulas pingam, desfilam e deslizam
Furtam-se pelo alentar ofegante
Algumas suspeições se materializam
Por perto, de certo e não obstante
Assim como numa lida urbana em questão
Cada dia de calor tem uma vírgula de estimação.
Alongam-se vírgulas rumo aos rumos
O asfalto corta a serra prendendo a respiração
Cerrando com cortes cortantes prumos
Terras moldadas primitivamente em ação
Curvas fáceis e montes fascinantes
Arbustos brutos virgulam Picos relevantes.
3º LUGAR
Ana Maria de Araújo Batista – Picos/PI
Poema: Encontra-se a poesia
Encontra-se a poesia...
Quer saber onde encontrar
Realmente a poesia
Na prece de cada dia
Perceba que ela estar
Na beleza da alegria
E na emoção que nos guia
Poesia faz vibrar!
Encontra-se a poesia
No mistério que ressoa
Na vida, que anda à toa
Na guerra e na harmonia
Também tem na vida boa
No sofrimento que ecoa
No prazer e na agonia!
Presente na natureza
Na dança do beija-flor
No canto cheio de amor
Na vida de incerteza
Sem liberdade e com dor
Poesia traz sabor
E um traço de leveza!
É fácil de a encontrar
Na onda a tocar na areia
No sangue a correr na veia
No céu, na terra e no mar
Na fada e na sereia
No indivíduo que semeia
Na estética, no imaginar!
A poesia impressiona
Pelas cores da emoção
Que dá prazer, que é paixão
E no canto sem sanfona
Que suaviza a razão
Na vida em profusão
É a lira que apaixona!
POEMAS COM MENÇÃO HONROSA: CATEGORIA ADULTO
Poema:Antes mil vezes perder-te
Gilvane Lídia de Brito - Serra Velha, Alagoinha do Piauí – PI
Poema:Alma de passarinho
Raila dos Reis Sousa – Curral Novo do Piauí – PI
Poema:Monólogo da árvore
Antonio da Cruz Silva – Teresina – PI
Poema: Fragmento
Edevânia Maria de Sousa Carvalho – São Julião – PI
Poema: E o mundo no futuro?
ALDENI RIBEIRO DE SOUSA – Avelino Lopes – PI
Poema: Tecer: Ter-Ser
Emmanuel Thallyson Sousa Magalhães – Fortaleza-CE
Poema:Eu sou
Leonardo Pereira dos Santos – Teresina/Vila Nova do Piauí-PI
Poema: Duelo de pensamentos
Goclênio Luz de Araújo – Picos-PI
Poema: Súplica Humana
Carlos Eduardo Ramos Silva – Vila Nova do Piauí-PI
Poema: Vitae
Carlos André Bezerra Pimentel – Teresina-PI
CATEGORIA: INFANTOJUVENIL
1º LUGAR
Lucas de Sousa Leal – São Julião/PI
Poema: A resistência do cacto
A resistência do cacto
Quando vejo um cacto
Levo como inspiração
Vou te explicar o motivo
Preste bem atenção.
Rodeado de espinhos
Demonstra muita dureza
Com a sua resistência
É o mais forte da natureza.
Com um tom de verde escuro
No fim fica desbotado
Representa a esperança
Para não ser derrotado.
Assim é a nossa vida
Levo com muita segurança
O espinho representa a dor
Mas o verde é esperança.
Para conquistar um ninho
Devemos ser persistente
Primeiro vem o espinho
Para depois vir a semente.
2º LUGAR
Ellen Gabriela Correia Pires – Avelinópolis/GO
Poema: Meretriz
Meretriz
Ergueu a fronte do destino,
Em tuas visagens reluzia, como pântano,
O maior pecado contra o sacrossanto
Percorria tuas veias e ecoava de tua boca.
Um, dois...Homens para quais tu gemia!
A conta é interminável.
Te vestem de seda
Desde o pai de família até o bêbado da taberna imunda.
Abençoa-te o corpo, os banhos do começo das noites,
Para que tu dispa-se e embebede
Os que desejam tocar-te a carne
E gemer sob teu corpo.
Deram-te tantos todos fúteis,
Encurvados e tortos,
És tu o erro do destino
Exprimindo de teu ventre o gozo inerte de uma felicidade morta.
És tu alívio,
Corpo aberto para quem ofereça-te algo,
Deita, geme e grita
E a quantidade dos homens da noite, anota erroneamente em teu passado
3º LUGAR
Lorena de Sousa Veloso Moura – Picos/PI
Poema: O chamado
O chamado
Viver é um eterno aprender
Ter esperança e acreditar
As dificuldades vão surgir
E é importante enfrentar
Pois os tempos são difíceis
Mas tudo isso irá passar
O chamado é pra você
Jovem, que vive a sofrer
Não existe um problema
Que não possa resolver
Basta lutar e não desistir
Confie, você vai vencer
A depressão é um problema
Que é necessário enfrentar
Procure sempre ajuda
Não se deixe afugentar
Você não está sozinho
Com alguém pode contar
Temos motivos de sobra
Para escolher pela vida
É um dom dado por Deus
Precisa ser bem vivida
Estamos só de passagem
Nessa "terra mais garrida"
Sociedade, pare de julgar
E busque sempre ajudar
Ninguém precisa de crítica
Há uma causa a abraçar
Suicídio não é brincadeira
Atitudes precisam mudar
Uma atitude blasée
É o que não podemos ter
Dessa forma Simmel define
O ato de não compreender
A sociedade precisa evoluir
E a situação do outro entender
Tenha sempre empatia
Pelo próximo tente lutar
Entenda as dificuldades
E auxilie a solucionar
Não julgue e sim ajude
Assim tudo vai melhorar!
POEMAS COM MENÇÃO HONROSA: CATEGORIA INFANTOJUVENIL
Poema: Meu bem querer, meu sertão
Ademar Juscelino da Silva – Vila Nova do Piauí – PI
Poema: Arte moderna
Emily Ohana da Silva Soares – Picos – PI
Poema: Onde está a justiça?
Maria Vitória Carvalho – Picos – PI
Poema: Fatos e fatos
Rauan Vinicius de Carvalho Luz – Picos-PI
Poema: Preconceito, até quando?
Francisco Evandro de Sá – São Julião-PI
Poema: O mundo atual
Yago Guilherme Correia Santos – São Julião-PI
Poema: Mundo cruel
Sara Katlen de Brito Nascimento – Picos-PI
Poema:A ilusão do mar impiedoso
Louhan Kauenno de Souza Viana – Alagoinha do Piauí-PI
A ALERP sente-se honrada e agradece a participação de todos os inscritos no concurso de poesia e, agradece o trabalho gratuito e eficiente da Comissão Julgadora.
Viva a poesia!
Comentar matéria
Seja o primeiro a comentar esta matéria!
Mais de: noticias
A professora, arqueóloga e acadêmica Niède Guidon, falece aos 92 anos, nesta quarta-feira...
A ALERP, no dia 20 de junho de 2025, às 19h00, online pelo Canal da ALERP no YouTube, lança o livro...
Câmara aprova indicativos e institui o Dia Municipal do Escritor em São Julião –...
Um dos melhores discos dos Paralamas do Sucesso
© 2025 - Academia de Letras da Região de Picos - ALERP - Fale Conosco