Por Gilson Chagas*

Indagado, no Clube do Livro, sobre os caminhos que o autor brasileiro precisa trilhar até a publicação de suas obras literárias, minha resposta é que os sistemas e critérios variam conforme o porte da editora e a viabilidade comercial percebida por ela em cada escritor.

Os autores iniciantes ou pouco conhecidos no mercado publicam seus livros  em editoras pequenas ou em gráficas comuns, com recursos próprios ou subsidiados por programas governamentais.  Nesses casos, eles recebem integralmente a tiragem e se encarregam - sozinhos ou com auxílio de familiares e amigos – das tarefas de divulgação e venda. Ainda existe o sistema em que o autor banca a produção e a editora imprime apenas os exemplares que são demandados pelo autor ou terceiros.  Esses são processos diretos e rápidos, mas penosos e de resultados costumeiramente difíceis. Quase todos os escritores iniciam assim suas trajetórias e muitos nunca conseguem ultrapassar os limites desse sistema.

Há também alguns casos mais raros em que autores firmam parcerias  com  editoras de pequeno ou médio porte  para dividirem os custos  de  produção e as tiragens, cabendo a cada um a tarefa de divulgar e vender sua parte. Esse sistema, embora não seja a melhor porta de entrada no mundo das publicações, tem seus encantos e maior potencial de êxito do que na forma independente.  

NAS GRANDES...

Nas grandes editoras, entretanto, o processo é diferente dos anteriores. O autor entrega aos editores os originais completos ou o projeto de sua obra, conforme o regime da editora, e esta submete os  escritos ao  seu Conselho Editorial -  grupo de notáveis da casa, a quem compete a tarefa de seleção. Aprovada a obra pelo Conselho, a editora, mediante contrato com o escritor, realiza e financia toda a produção, com a conferência do autor em cada etapa; distribui os exemplares nas livrarias físicas e virtuais, promove a obra nos diversos meios disponíveis e arrecada o dinheiro das vendas. Supostamente com base nessa receita, ela paga ao autor um percentual, acordado no contrato, a título de royallites ou direitos autorais. Exemplos de editoras desse grupo: SARAIVA, ATLAS(GEN), COMPANHIA DAS LETRAS, JURUÁ etc. É um sistema similar ao das gravadoras médias e grandes com  seus  cantores contratados.

(*) Gilson Chagas é membro da Academia de Letras da Região de Picos - ALERP