Por: Gilson Chagas
Acadêmico da ALERP - Cadeira 19

1. O PROFESSOR MONOLOGA COM SEUS BOTÕES

Por que ainda leciono, se enfrento tamanhos obstáculos?

- Número excessivo de alunos nas salas - alguns amáveis, outros nem tanto, para se dizer o mínimo;
- Baixa remuneração, obrigando-me a uma carga ampla de horas/aula;
-Exiguidade de tempo para atualização pessoal, inclusive para preparação das aulas que preciso ministrar;
- Pouco ou nenhum suporte administrativo-pedagógico para meu trabalho docente;
- Precariedade de instalações ou equipamentos;
- Escassez do material didático disponível;
- Reuniões chatas  e intermináveis.

2. O PROFESSOR DESENCANTADO:

- Viver de magistério?  Como?!
- Mesmo que eu ministrasse 60 horas/aula  por semana, não conseguiria dar  à família  um padrão de vida razoável;
- Dedicação exclusiva ao magistério?  Isso é coisa de poeta!
- A realidade exige dinheiro para pagar as contas no final do mês.
- Não posso viver de brisa;
- Como diria o "filósofo" Joãozinho Trinta, "povo precisa  de luxo, quem gosta de miséria é intelectual."
  - E como desenvolver um bom trabalho?
 
PAUSA PARA PENSAR:

- E o pior é que esses problemas vêm de geração em geração, de pai para filho; Não têm jeito;
- Vivenciei como aluno essas mesmas situações em meu tempo de colégio e faculdade;
- É geleia geral: a  perpetuação da baba de quiabo;
- Que motivos me levam ainda a abraçar  carreira tão espinhosa?
 
SURGE ENTÃO A PERGUNTA INEVITÁVEL:

POR QUÊ?...

BROTAM ALGUMAS RESPOSTAS:

- O prazer de expor ideias para outros e capitalizar os conhecimentos que me chegam do lado oposto das salas:
- A necessidade de atualizar-me permanentemente, o que equivale a um aperfeiçoamento contínuo em minha formação;
- Convivência com os jovens e com outras faixas etárias;
- Aprendizado constante no convívio com brilhantes colegas professores;
- O prazer de contribuir com a melhoria das profissões e, em última análise, da própria sociedade;
- O ganho com as relações que se estabelecem, ligando o professor ao mercado e às diversas camadas sociais;
- E AINDA NOS PAGAM  PARA  TERMOS  TUDO  ISSO!